
Aplicativos empresariais para Mobile – Tendência e Estratégia
28/03/2016
Já percebeu que hoje em dia existe aplicativo para tudo? Pelo smartphone você pode conferir a temperatura do dia, pedir um taxi, acompanhar a entrega de suas encomendas, calcular quantas calorias perdeu em uma corrida ou até fazer compras. Já se foram os dias em que celular era apenas utilizado para ligações e no máximo para entretenimento. O mobile é hoje considerado um pequeno computador que carregamos no nosso bolso e não conseguimos abdicar.
As empresas, não apenas àquelas voltadas a tecnologia, estão apostando nessa solução. Para Fernando Nemec, CIO do Grupo Folha, a popularização dos aplicativos é uma excelente oportunidade das empresas estarem mais próximos dos seus clientes. “Para algumas indústrias é condição imprescindível tal presença. Podemos citar os mais conhecidos para exemplificar, como os aplicativos móveis do mercado financeiro, bancos principalmente. Hoje é praticamente impossível não fazer uso dessa opção. Em um modelo VRIO (ferramenta que analisa a competitividade), hoje, não estar presente em ambientes móveis representa uma desvantagem competitiva. Dessa forma, creio que para algumas indústrias não ter presença no ambiente móvel é uma desvantagem estratégica”, comentou.
Segundo a Nielsen IBOPE, no terceiro trimestre de 2015, o número de pessoas que utilizavam smartphones com acesso à internet no Brasil chegou a 76 milhões. Número este que faz da tecnologia para aplicativos de mobile uma nova ferramenta de alcance ao cliente, usuário, colaboradores e demais públicos das empresas.
Internamente, os aplicativos têm sido utilizados por empresas que empregam o uso de smartphones e tablets entre seus colaboradores. É cada vez maior o recebimento de cases de sucesso dos CIOs que participam das reportagens da IT4CIO, sobre soluções no mobile que se tornaram exemplo de eficiência e produtividade dentro de suas empresas. Um exemplo é o case da Cenibra, no qual o Gerente de TI e Telecom, Ronaldo Neves Ribeiro, conta que foi adotada a tecnologia de mobilidade integrada ao sistema ERP para automação dos processos do almoxarifado da empresa.
“O Sistema foi construído na plataforma Android, integrado aos módulos de Administração de Materiais, de Depósitos, de Qualidade do ERP. Basicamente, a solução funciona da seguinte forma: com o dispositivo móvel em mãos, o usuário consegue realizar as atividades do processo contempladas na solução de forma remota em qualquer ponto do almoxarifado (online) e fora dele (offline). Posteriormente o mesmo sincroniza essas informações com o ERP, registrando as operações realizadas. Antes da implantação da solução, essas informações eram anotadas no papel e encaminhadas para um profissional realizar o lançamento através de um computador de mesa no ERP. Com a nova funcionalidade o almoxarifado mudou seu formado de gestão com informações mais dinâmicas e mais precisas”, comentou o CIO.
Multicanalidade
No varejo já se fala da Multicanalidade (Omnichannel), que é igualdade entre lojas físicas ou virtuais, ou seja, o cliente pode ir pessoalmente na loja, mas comprar o produto pela internet, ou vice-versa, o que importa é que o consumidor hoje é multicanal (lojas físicas, venda porta a porta, E-ecommerce, Mobile Commerce, TV commerce, Social Commerce), podendo cruzar seu consumo no ambiente físico e virtual.
E devido a essa multicanalidade que, segundo William Takashi Wada, CIO da Buscapé Company, os aplicativos de celulares não são mais moda, mas sim um novo paradigma. “Penso que as empresas que usam bem este canal serão mais bem sucedidas nos negócios. Um app inútil, mal feito, lento, pesado ou com nenhuma funcionalidade especial atuará contra a marca, então não adianta correr e fazer qualquer coisa em app só pra constar que está presente neste canal. Todos nós baixamos vários que nem usamos e depois deletamos ou que tentamos usar, mas são tão difíceis ou nada intuitivos que também caem no lixo. Outro exemplo é quando os aplicativos não adicionam nenhuma função diferente do site, não melhoram a experiência do usuário e não agregam algum serviço”, comentou.
Pensando em oferecer um aplicativo que proporcione cada vez mais utilidade aos usuários a Buscapé otimizou sua versão, adicionando funcionalidades específicas para o contexto móvel. “A busca pode ser feita por texto ou scan de código de barras, você marca facilmente os produtos em listas de desejos e configura alerta de preços. Em algumas cidades você já consegue saber os preços das lojas físicas próximas a você. A nova Cesta de Compras, que está em piloto, vai permitir compras em centenas de sites sem ter que passar por novo cadastro em cada caso”, revelou William.
Usabilidade
As alterações pelas quais está passando o aplicativo da Buscapé são um exemplo de oferta de utilidade ao consumidor. William afirma que os apps são um canal importante para as empresas, mas para aproveitar esta oportunidade elas precisam pensar em serviço e utilidade ao consumidor. “Não é só entregar o conteúdo do seu site adaptado para uma tela menor. A mentalidade no universo de apps tem que ser diferente, tanto para desenvolver funcionalidade quanto para medir resultados. Serviço e utilidade fazem o consumidor usá-lo com frequência, e é isto que dita quais aplicativos ficam no celular, e quais serão apagados”.
Mediante o uso crescente dos aplicativos, as empresas precisam analisar os benefícios que esta inovação trará e definir estratégias, tomar decisões, priorizar investimentos e reestruturar, se necessário, o departamento de TI, qualificando-o para oferecer esse serviço com eficiência para a empresa.
Fernando concorda e acrescenta que para cair no gosto do usuário, as empresa que pretendem lançar um app, devem dispor de profissionais experientes para trabalhar no desenvolvimento, buscando oferecer um aplicativo que facilite a vida do usuário, ou seja, que trabalhe a usabilidade entre seus objetivos.
Personalização
As marcas vão fazer cada vez mais esforços para atrair a atenção dos consumidores no mobile e tentar criar mecanismos em que se possam criar relações entre ambos, será uma das principais metas das áreas de TI. É aqui que entra a Internet of Me, baseada na Internet of Things (IoT), a qual disponibiliza tudo o que temos interesse ou precisamos no nosso dia a dia no mundo on line. Assim, desde que começamos a disponibilizar nossas informações na rede, a internet torna-se uma extensão de nós mesmos e o novo cenário da Internet of Me veio à tona.
O conceito é baseado numa internet cada vez mais personalizada que é determinada pela informação que publicamos e compartilhamos todos os dias nas redes. Aqui entra uma grande oportunidade para as empresas que querem se destacar com seus aplicativos.
“O smartphone já é um dispositivo de uso individual e cada um espera, mesmo que alguns não percebam, ter uma experiência personalizada neste tipo de dispositivo. Mas ainda tem pouca gente aproveitando isso para gerar valor para si e para o consumidor, infelizmente. Um app bem construído pode manter você logado/identificado por toda a vida, permitindo personalizar tudo o que você vê - com o que interage e como -, unindo dados também de outros canais. É perfeito para entrega de conteúdo e experiência personalizadas”, comentou William.
Fernando concorda e acrescenta que o valor que podemos atribuir à personalização é imenso. “Seria uma utilização ainda mais rica do conceito de Big Data para personalizar o que consumimos no ambiente móvel. Creio que ainda há ainda muito terreno para buscarmos melhorias nesse ambiente e a personalização é somente uma das possibilidades”.
William complementa que para disponibilizar um aplicativo que não seja descartado é necessário trabalhar com “usabilidade pensada ‘do zero’ para mobile, totalmente alinhada com os paradigmas do sistema operacional (iOS ou Android, principalmente), serviços e funções que ele julgue útil e que vá usar com frequência, consumo otimizado da memória dos aparelhos e, principalmente, de banda de dados já que nossas redes ainda são pouco confiáveis. Disso tudo, o mais importante é despertar no cliente a frequência de uso e não frustra-lo quanto a facilidade”.
E para você, além da personalização, geotaring, notificações por push e demais alternativas e ferramentas possíveis para fidelizar o usuário ao APP, o que é necessário para se criar um aplicativo que caia no gosto do público-alvo?
Fonte: http://www.it4cio.com/noticias/lernoticia/cpn/2291#.VvHjoNLR_Dc